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Conheça Davi, o mineiro que ganha a vida vendendo pão de queijo nas ruas da Grande Vitória

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Conheça Davi, o mineiro que ganha a vida vendendo pão de queijo nas ruas da Grande Vitória

O vendedor chega a arrecadar cerca de R$ 900 por dia, lucro que é dividido com o irmão

BÁRBARA OLIVEIRA | bneves@redegazeta.com.br
Foto: Bárbara Oliveira
Bárbara Oliveira
É na rodoviária e dentro dos coletivos, que Davi vende a maior parte dos pães de queijo.
Você provavelmente já viu Davi pelas ruas da Grande Vitória. Talvez já tenha até esbarrado com ele dentro do ônibus. Ou quem sabe encontrado o rapaz passando pelas ruas do seu bairro. Moreno, jaleco branco e cesta marrom sempre no ombro, o onipresente vendedor percorre as ruas da Grande Vitória vendendo o seu famoso pão de queijo. 

Davi de Jesus Pereira, de 44 anos, passa mais tempo na rua do que em casa. Levanta todos os dias às 5h e só retorna depois das 21h. Mineiro, ele mora em Vitória desde 2000 e há 13 anos ganha a vida vendendo pão de queijo.

No começo, as vendas eram feitas junto com o irmão Paulo César. Hoje, são mais seis colaboradores, espalhados por diferentes cantos. E Davi garante: dá para viver muito bem vendendo pães de queijo por aí. 

"Meu irmão é quem produz. Ele já vendia pão de queijo lá em Minas, desde criança. Eu era pintor de automóvel e ele passava nas oficias onde eu trabalhava para vender. Quando ele veio pra cá com a esposa, me chamou para vir junto. Trouxe um forninho e começou a fazer o pão de queijo. Ele fazia só para nós. Durante um tempo foi desse jeito: eu ia para um lado e ele ia pra outro, vendendo todo dia, de manhã e de tarde. Depois de um tempo, começou a aumentar a procura e meu irmão começou a mexer com outras coisas. Agora ele não sai mais para vender. Só faz o pão de queijo. Hoje ele vende açaí e tem até um restaurante. Mas o alicerce de tudo é o pão de queijo", conta.

Negócio de sucesso

Davi vende, em média, 560 pães de queijo por dia. Na cesta cabem 140 unidades, e ele repõe o estoque quatro vezes ao dia: duas de manhã e duas à tarde. Na hora de escolher o sabor, o cliente tem duas opções: o pão de queijo tradicional e o recheado com goiabada. Cada pão é vendido por R$ 2, mas tem promoção de três unidades por R$ 5. Ao final do dia, o vendedor chega a arrecadar cerca de R$ 900. Quando tem algum evento, vende ainda mais. Davi fica com 60% do lucro e os outros 40% vão para o irmão. Mas em breve a divisão dos lucros deve passar a ser igualitária.

"Acordo 5h todos os dias. Às 6h, já estou saindo de casa. Pego o primeiro ônibus que passar e sigo sem destino fixo. Quando o pão de queijo está quase acabando, eu já ligo pedindo para fazer mais. Pego o ônibus para voltar pra casa e saio com uma nova remessa. No caminho vou vendendo os poucos que faltam. Eu compro o pão de queijo do meu irmão quase que pela metade do preço. Cada um custa R$ 0,80. Mas ele já avisou que daqui uns dias vai ter que aumentar pra R$ 1 porque o preço da matéria-prima - polvilho, queijo, leite, ovos e margarina - aumentou muito", explica.

Foto: Bárbara Oliveira
Bárbara Oliveira
Já no começo da tarde, Davi se prepara para levar às ruas a terceira remessa de pão de queijo do dia.
Apesar de ser um alimento tradicional da culinária mineira, Davi conta que não encontra dificuldades para vender pão de queijo nas ruas da Grande Vitória. E na trajetória de todos os dias, uma ajuda é fundamental: o apoio dos motoristas de ônibus. 
"Quando a gente começou a vender aqui, era novidade. Agora tem outras pessoas que fabricam e vendem inspirados na gente. Em Belo Horizonte, todo lugar tem pão de queijo. Aqui você não encontra tão fácil. Aqui é bom demais para vender. Sem contar que a maioria dos motoristas é bacana. Ajuda muito poder entrar dentro do ônibus. Tudo que um vendedor precisa é de um local com muita gente", garante Davi, que vende grande parte dos pães de queijo dentro dos coletivos.

O Trajeto do Pão de Queijo

Encontramos Davi às 10h30 de uma quinta-feira, na Rodoviária de Carapina, na Serra. Já era a segunda viagem do vendedor, e o pão de queijo estava quase no fim. Antes de chegar até ali, Davi já havia passado por Maruípe, Avenida Vitória e Reta da Penha, perguntando aos passageiros de vários ônibus: "Quer pão de queijo? Fresquinho, gostoso, muito bem feito. Pode comprar que é muito bom, você não vai se arrepender".

Foto: Bárbara Oliveira
Bárbara Oliveira
O taxista Jairo Gonçalves, de 46 anos, é consumidor assíduo do pão de queijo de Davi.
Mal chegou à Rodoviária de Carapina e a primeira cliente apareceu. Levou logo três pães de queijo. Graciene Oliveira, de 38 anos, mora em João Neiva, e toda vez que vem a Vitória procura por Davi. "Compro sempre. Gosto mais do tradicional", contou. 

Na sequência, o taxista Jairo Gonçalves, de 46, já leva mais um: "adoro o pãozinho de queijo dele", revela.

E Davi segue seu caminho, de ônibus em ônibus, a cesta vai ficando vazia. Um passageiro interrompe a conversa com a reportagem e quer logo saber se Davi vai sempre a Jardim Camburi. E emenda: "Já vi você ali perto do tobogã. O pessoal de lá compra sempre". 

Pouco depois, o vendedor tentar entrar em mais um ônibus, mas é impedido pelo motorista. Davi não se importa. Nota que a cesta está praticamente vazia e liga para casa pedindo para preparar novos pães de queijo. Chega em casa, na Ilha de Santa Maria, em Vitória, na hora do almoço, com a cesta vazia. Na metade do dia, foram vendidos 280 pães de queijo.

É só o tempo de almoçar, e os pãezinhos ficam prontos. Com carinho, o vendedor enche a cesta, que mal fecha, depois que os 140 pãezinhos estão organizados. Balaio sobre o ombro, ele volta às ruas. Embarca no coletivo e segue em direção ao Hospital Santa Rita, onde logo é abordado por gente como Clenilda Vergueiro da Silva, de 44 anos, que sai do interior do Estado para cuidar da saúde na Capital. "Sempre compro na mão dele. O pão de queijo dele é um delícia", conta a mulher, que mora em Boa Esperança e traz os três filhos para consulta com o neuropediatra. 

A reportagem vai embora, mas Davi segue o seu caminho, com o mesmo discurso até o final do dia: "Quer pão de queijo?".

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