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Para fugir de epidemia reforço na limpeza
A principal forma de transmissão é a falta de higiene nas mãos; infectologista diz que pacientes em risco devem ser isolados
Por Dayana Souza e Patrick Monteiro (redacao@eshoje.com.br).
Entrar em um hospital para resolver um problema de saúde e acabar saindo com outro ainda pior é de apavorar qualquer pessoa. Quando se trata de uma infecção hospitalar que pode levar pacientes à morte, o caso se torna ainda mais sério. No Espírito Santo, em julho deste ano, foi registrado o caso de um paciente infectado com a bactéria Klebsiella pneumoniae Carbapenemase, mais conhecida como KPC. No Brasil, 18 pessoas infectadas foram a óbito no Distrito Federal.
A KCP é uma bactéria que se instala no intestino do paciente, e que por ser mutante pode ficar mais forte aos antibióticos usados para combatê-la. Esta não é uma bactéria transmitida pelo ar, o que reforça a idéia de que a infecção acontece apenas em ambientes hospitalares. Por isso, os cuidados com a higiene dentro dos hospitais devem ser redobrados.
Segundo o infectologista Luiz Fernando Barbosa Borges, a maneira de controlar infecções é a preparação dos profissionais dos hospitais, desde os que limpam, até aqueles que estão em uma sala fazendo cirurgia. "É preciso lavar as mãos a todo o momento, pois essas infecções são transmitidas por elas. A higienização de cada objeto é essencial. Das maçanetas das portas até os materiais para a própria limpeza. Não pode deixar nada passar. E nunca esquecer de limpar as mãos a cada movimento", afirmou.
Com um perfil de resistência que dificulta o tratamento, está é uma bactéria que pode causar pneumonia e também infecções gastrointestinal e urinária em pacientes em estado grave, como os que precisam de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Fora deste ambiente, a bactéria não representa perigo.
"Não é preciso que a população se apavore. É necessário ter a consciência de que geralmente quem acaba pegando infecção é um paciente que já está internado com algum diagnóstico mais grave. Não adianta ficar em casa assustado, achando que a infecção pode chegar até sua casa, pois não vai. As pessoas com doenças crônicas, mais novas ou já em estado mais crítico são as mais vulneráveis dentro dos hospitais", destacou o infectologista.
Além de todo o mal que a bactéria pode causar, o microrganismo é multirresistente aos efeitos de vários antibióticos potentes. Ela também é capaz de tornar mais resistentes outras bactérias presentes no ambiente hospitalar. Para evitar que o caso se agrave, Luiz Fernando Borges diz que além de todos os cuidados com higienização, o hospital deve isolar o paciente que apresenta o quadro de infecção. "Todo paciente que estiver com o risco, já deve ser isolado".
A KCP é uma bactéria que se instala no intestino do paciente, e que por ser mutante pode ficar mais forte aos antibióticos usados para combatê-la. Esta não é uma bactéria transmitida pelo ar, o que reforça a idéia de que a infecção acontece apenas em ambientes hospitalares. Por isso, os cuidados com a higiene dentro dos hospitais devem ser redobrados.
Segundo o infectologista Luiz Fernando Barbosa Borges, a maneira de controlar infecções é a preparação dos profissionais dos hospitais, desde os que limpam, até aqueles que estão em uma sala fazendo cirurgia. "É preciso lavar as mãos a todo o momento, pois essas infecções são transmitidas por elas. A higienização de cada objeto é essencial. Das maçanetas das portas até os materiais para a própria limpeza. Não pode deixar nada passar. E nunca esquecer de limpar as mãos a cada movimento", afirmou.
Com um perfil de resistência que dificulta o tratamento, está é uma bactéria que pode causar pneumonia e também infecções gastrointestinal e urinária em pacientes em estado grave, como os que precisam de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Fora deste ambiente, a bactéria não representa perigo.
"Não é preciso que a população se apavore. É necessário ter a consciência de que geralmente quem acaba pegando infecção é um paciente que já está internado com algum diagnóstico mais grave. Não adianta ficar em casa assustado, achando que a infecção pode chegar até sua casa, pois não vai. As pessoas com doenças crônicas, mais novas ou já em estado mais crítico são as mais vulneráveis dentro dos hospitais", destacou o infectologista.
Além de todo o mal que a bactéria pode causar, o microrganismo é multirresistente aos efeitos de vários antibióticos potentes. Ela também é capaz de tornar mais resistentes outras bactérias presentes no ambiente hospitalar. Para evitar que o caso se agrave, Luiz Fernando Borges diz que além de todos os cuidados com higienização, o hospital deve isolar o paciente que apresenta o quadro de infecção. "Todo paciente que estiver com o risco, já deve ser isolado".
Único caso no ES foi registrado em junho
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Espírito Santo, a KPC que matou 18 pessoas no Distrito Federal e infectou outros 135 pacientes, registrou apenas um caso de infecção pela bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase em julho deste ano. No entanto a Sesa não quis divulgar o nome do hospital.
Segundo ainda a Secretaria, é responsabilidade das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) dos hospitais públicos e privados aplicar medidas de prevenção e monitorar o tratamento nos casos de infecção hospitalar. As Comissões devem lidar com ocorrências como as da bactéria KPC, mantendo informada a Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar da Sesa. E afirmou que em todo o mundo, as infecções hospitalares são consequência do uso incorreto de antibióticos, não atendimento das normas recomendadas de controle e da baixa imunidade do paciente.
Brasil. O primeiro caso da infecção no Brasil ocorreu em Recife, no ano de 2006. No Distrito Federal, a primeira ocorrência registrada foi em janeiro deste ano. A KPC foi detectada em nove hospitais públicos e em sete privados.
Segundo ainda a Secretaria, é responsabilidade das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) dos hospitais públicos e privados aplicar medidas de prevenção e monitorar o tratamento nos casos de infecção hospitalar. As Comissões devem lidar com ocorrências como as da bactéria KPC, mantendo informada a Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar da Sesa. E afirmou que em todo o mundo, as infecções hospitalares são consequência do uso incorreto de antibióticos, não atendimento das normas recomendadas de controle e da baixa imunidade do paciente.
Brasil. O primeiro caso da infecção no Brasil ocorreu em Recife, no ano de 2006. No Distrito Federal, a primeira ocorrência registrada foi em janeiro deste ano. A KPC foi detectada em nove hospitais públicos e em sete privados.
KPC, a superbactéria -
Dr. Jacyr Pasternak responde às principais dúvidas
Escrito por Dr. Jacyr Pasternak |
Sex, 22 de Outubro de 2010 07:55 |
No dia 20 de outubro de 2010 o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que há casos confirmados de infecção hospitalar causada pela superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) em São Paulo, Paraná e Distrito Federal. De janeiro até o dia 15 de outubro, 18 pacientes morreram por conta da KPC. No mesmo período, foram registradas 183 pessoas portadoras da bactéria, 46 delas tiveram infecção. Para esclarecer este assunto e fornecer mais informações à população em geral, o Idmed convidou o médico infectologista Jacyr Pasternak para solucionar as principais dúvidas. Veja abaixo. O que é a bactéria KPC? Quais doenças ela pode causar? A bactéria não tem nada de novo: é a Klebsiella pneumoniae, uma enterobactéria conhecida há muito tempo. O que é diferente é que algumas cepas, denominadas KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase), adquiriram a capacidade de fazer uma enzima, a carbapenemase, que inativa os antibióticos carbapenêmicos, drogas que eram as mais ativas contra germes gram-negativos. Quais são as formas de contágio? Contágio não há – não é doença contagiosa no sentido exato do termo. O que pode haver é transmissão hospitalar entre pacientes através de profissionais de saúde (mãos) ou fluidos orgânicos que passem de um paciente para outro. Quem é mais suscetível a contrair essa bactéria? Essa bactéria é tipicamente hospitalar: nos hospitais ficam doentes que tomam antibióticos por mais tempo, e esses é que, por esse uso, selecionam cepas bacterianas resistentes. Portanto são esses doentes com longa permanência em hospital que têm mais risco de adquirir essa bactéria, que pode dar infecção ou simplesmente colonizar o paciente sem dar qualquer sintoma – mas esse paciente colonizado, assintomático, pode passar a bactéria para um outro se os cuidados para evitar infecção hospitalar não forem adequados, e esse outro pode ter a doença. Essa bactéria é letal? Essa bactéria pode causar infecção – urinária, pulmonar, cirúrgica – e eventualmente a infecção pode ser grave e até letal. A bactéria não é mais virulenta que a Klebsiella pneumoniae sem a tal enzima, mas é de tratamento consideravelmente mais complicado, já que não responde a carbapenêmicos. A população deve se preocupar com a disseminação da KPC? A população de um modo geral não deve se preocupar no sentido de ter medo de adquirir essa bactéria: ela é uma bactéria hospitalar, não da comunidade. A preocupação é se precisar de um hospital, onde há o risco de adquirir esse tipo de bactéria, especialmente nos que não têm Comissão de Controle da Infecção Hospitalar e que não controlam a mesma. Como as pessoas devem se prevenir dessa bactéria? A população de um modo geral não deveria usar antibióticos a olho, pois é isso que gera as cepas resistentes. No caso dessa bactéria, as drogas às quais ela adquiriu resistência são endovenosas e de uso hospitalar, de modo que não há muita coisa que a população deva fazer para evitar essa bactéria. Como é o tratamento para pessoas que contraíram a KPC? O tratamento depende do tipo de infecção e da sensibilidade da bactéria, aferida por antibiograma. Dr. Jacyr Pasternak – CRM/SP 11034 – é doutor em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas, médico infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital São Joaquim da Real Benemérita Sociedade Portuguesa de Benemerência - SP. |
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