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Para Haddad, vandalismo desta terça foi uma “atrocidade" contra São Paulo:
Coletiva com Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, sobre o sexto dia de protestos (Foto: Reprodução/Globo News)
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, conversou com a imprensa nesta quarta-feira (19) sobre os protestos que vêm ocorrendo na capital paulista contra o aumento das tarifas de transporte público. Sobre os atos de vandalismo praticados por parte dos manifestantes no ato desta terça (18), Haddad afirmou que considera uma “atrocidade contra a cidade”. O prédio da prefeitura, no Centro, foi um dos depredados.“Para protestar, não é preciso excluir os demais direitos das pessoas”, disse o prefeito. “Segunda-feira, por exemplo, foi um dia em que todo mundo celebrou”, afirmou ele, em alusão ao protesto da última segunda (17) em São Paulo, que reuniu 65 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, e ocorreu de forma pacífica.
De acordo com Haddad, a PM está focada na integridade física das pessoas. “Há uma preocupação da polícia em só agir em último caso. Não queremos que haja nenhuma percepção de que os policiais estão em contradição com o povo. Pelo contrário.” Ele disse que a demora para chamar a PM durante o sexto dia de protestos, na noite desta terça, foi por conta de preservar os inocentes presentes no protesto.
>> Grande São Paulo tem novos protestos na manhã desta quarta-feira (19)
Nesta quarta, ele voltou a afirmar que há dificuldades em diminuir o preço da tarifa, porque esta decisão acabaria impactando em outras áreas do governo. “As pessoas têm que entender que não é uma decisão fácil para o poder público”, disse. ”Penso que não houve publicidade suficiente sobre o que significaria congelar o valor da tarifa em R$ 3.”
Segundo Haddad, o subsídio pago às empresas de transporte coletivo é de R$ 1,5 bilhão ao ano atualmente. Se a tarifa não subisse para R$ 3,20, esse subsídio subiria para R$ 2,7 bilhões em 2016. “Agora, estamos procurando alternativas para não inviabilizar o investimento em outras áreas.”
Haddad falou sobre a falta de investimento em transporte público por partes das prefeituras anteriores. “Como se não fez corredores e faixas exclusivas desde a gestão Marta, a velocidade dos ônibus caiu pela metade. E, quando cai, os custos aumentam. Se a prefeitura tivesse investido no passado, a velocidade não seria a que é hoje, de 12 km/h em média.”
>> Fotos: O sexto dia de protestos em São Paulo
O prefeito afirmou ainda que prefeitura e governo de São Paulo estão em constante contato, analisando ação por ação. “Não vamos evitar a manifestação. Estamos em diálogo permanente para garantir essa liberdade de manifestar, assim como evitar danos que prejudiquem a integridade físicas das pessoas.”
Sobre os diálogos com os manifestantes, Haddad afirmou: “Nós temos tido um debate civilizado. Infelizmente este debate está sendo prejudicado pelas pessoas que não acreditam na democracia.” Segundo ele, até a próxima sexta-feira (21) uma resposta será dada pela Prefeitura de São Paulo aos líderes do movimento.
EK